quinta-feira, 29 de maio de 2008

Así se baila el tango (?)

Claro que em se tratando de repassar o conhecimento que se tem a respeito da dança tango, cada professor colocará sua visão, seu ‘estilo’, seu temper ou otras cositas más, mas existem certos elementos que formam aquilo que chamamos a essência de determinada dança, à qual não podemos nos furtar.


Um desses elementos é o abraço – sim, o famoso abraço do tango. Aquele abraço tão apertado e aconchegante que os argentinos de uma forma geral têm e que parece faltar – ou ‘afrouxar’ – nos demais povos. Posso dizer que, em minha larga experiência com o tango, apenas três ou quatro brasileiros tinham esse tipo de abraço e não dancei com nenhum europeu, norte-americano ou asiático que o tivesse. Eles dançam errado? Não gosto de julgar dessa maneira, até porque o controverso abraço em questão passa diretamente pela cultura de cada país, de cada região, de cada povo.

O tango-novo veio para soltar as rédeas e não podemos fechar nossos olhos para isso, mas... e os dançantes? O que pensam do abraço?

Ouço muitas mulheres falarem que preferem o dos argentinos, e não raro, dos milongueiros, que quase nos deixam com falta de ar. Outras (em menor número) preferem o abraço mais largo, para poderem evoluir melhor. Mas calma, minha intenção aqui não é fechar uma questão, mas exatamente abri-la. Afinal, o abraço é uma questão de estilo, de cultura, de corporeidade pessoal, de gosto? Deixo aí as perguntas, para que, uma vez no ar, elas dancem com a gente.

Antes de fechar esse post, gostaria de relatar uma experiência pessoal interessante: certa vez perdi um aluno francês porque ele se recusava a abraçar. No começo insisti com ele, mas depois que vi que ele se sentia quase que ofendido com aquilo, deixei que ele fizesse como queria, ou seja, praticamente não abraçar. Mas aí ele já havia se assustado o suficiente.

Outras questões me vieram então: é correto o professor ‘obrigar’ o aluno a abraçar como os argentinos? A técnica se perde sem o abraço?

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