sábado, 29 de novembro de 2008

Dia Nacional do Tango

A festa, que será realizada no próximo sábado (6), terá grandes orquestras da Argentina, junto a seus cantores e grupos de dançarinos, que se apresentarão em três diferentes palcos centrais instalados na avenida conhecida como "a mais espanhola" de Buenos Aires.

No entanto, fora do brilho dos palcos, o grande protagonista será o asfalto, nada menos que uma pista de dança de 8 mil metros quadrados.

"A avenida de Maio será transformada no grande salão cívico da festa do tango", afirmou o poeta Horacio Ferrer, presidente da Academia Nacional do Tango, uma das organizadoras da festa.

O evento acontecerá no sábado anterior ao Dia Nacional do Tango, celebrado em 11 de dezembro na Argentina.

A outra organizadora do grande baile é a Associação de Patrocinadores do Turismo, da Hotelaria e da Gastronomia da República Argentina (APTHGRA), cujo presidente, Dante Camaño, se mostrou hoje "ansioso" perante a expectativa da segunda edição da festa popular do tango.

"É uma dívida que temos com a cidade, já que todas as cidades se identificam com uma festa". Devemos ter uma "que englobe o espírito do tango", disse Camaño.

Juan Mabromata - France Presse



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sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Letra: Nostalgias












Quiero emborrachar mi corazón

para apagar un loco amor
que más que amor es un sufrir...
Y aquí vengo para eso,
a borrar antiguos besos
en los besos de otras bocas...
Si su amor fue "flor de un día"
¿porqué causa es siempre mía
esa cruel preocupación?
Quiero por los dos mi copa alzar
para olvidar mi obstinación
y más la vuelvo a recordar.

Nostalgias
de escuchar su risa loca
y sentir junto a mi boca
como un fuego su respiración.
Angustia
de sentirme abandonado
y pensar que otro a su lado
pronto... pronto le hablará de amor...
¡Hermano!
Yo no quiero rebajarme,
ni pedirle, ni llorarle,
ni decirle que no puedo más vivir...
Desde mi triste soledad veré caer
las rosas muertas de mi juventud.

Gime, bandoneón, tu tango gris,
quizá a ti te hiera igual
algún amor sentimental...
Llora mi alma de fantoche
sola y triste en esta noche,
noche negra y sin estrellas...
Si las copas traen consuelo
aquí estoy con mi desvelo
para ahogarlos de una vez...
Quiero emborrachar mi corazón
para después poder brindar
"por los fracasos del amor"...


De Cadícamo e Cobián

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Aniversário, vinhos e gatos


Meu aniversário foi comemorado no Bailongo da Estilo, o baile de tango que organizo em todo terceiro domingo do mês (exceto em dezembro). Apesar do trabalhão que deu, compensou muito. Todos que lá estavam, estão agora guardados em minha memória. Obrigada de coração, vocês abrilhantaram a noite.

A foto de Miguel Roa Guzman me fez lembrar dos vinhos que tomei ao nascer do sol (sim, pois todo milongueiro sabe que a noite só termina depois que o sol se manifesta) e dos gatos que ronronavam passando por entre nossas pernas quando voltávamos das milongas de Buenos Aires para o bairro Almagro e depois pegava o subte da estação Rio de Janeiro (isso mesmo!) para ir para o centro da cidade começar tudo de novo.

É... coisas boas são as melhores de se guardar na memória...




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quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Melancólico I

porque as folhas insistem em cair
deixando o inverno tão perto...

ainda que haja sol,
ainda que o dia brilhe
nem mesmo o roxo exuberante do antúrio
pode esconder a chuva fria

cai na vidraça das minhas horas
uma tosca melancolia



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domingo, 16 de novembro de 2008

Bahia Blanca para o meu amado

de Carlos Di Sarli. Homenagem que faço a meu marido Jairo, por ser este seu tango preferido.

No vídeo, é dançado por Orlando Paiva e Mariana Meling. A única observação que tenho a fazer é: isso é que é caminhada!







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quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Tango Novo, assunto recorrente

Muito se fala ultimamente sobre o tal do Tango Novo, mas o que seria isso?

Acho até que já fiz essa pergunta por aqui, num longínquo post, mas acredito que o tema deva ser mais esmiuçado, sempre que possível. Porque, afinal, o que é o Tango Novo?

Colgadas? Volcadas? Que diabo é isso? Dançar em contrapeso, nada mais. E agora minha pergunta pessoal: vamos inventar com isso? Sim, porque de fato, tenho assistido esse 'tango novo' há uns dez anos. O que tem de novo, então?

A mulher já pode propor na dança? Já há o diálogo entre os sexos, e não mais aquela regrinha antiiiiiga de que o homem 'conduz' e a mulher 'é conduzida', como se um automóvel fosse?

Há a mescla rara da tradição com a novidade? Há pesquisa por novos elementos, novas músicas (ou a expressão ainda está ligada ao tango eletrônico tão somente?), há novas formas de pensar?

Se não há nada disso, custo a crer que realmente haja um tango novo.



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domingo, 9 de novembro de 2008

Milonga do Livro




A escritora-milongueira Dora Ramos lençará seu livro "terceiro passo" neste sábado, dia 15, a partir das 19h, numa milonga que acontecerá no Ayala Café, térreo do Hotel Sonesta - Setor Hoteleiro Norte, Brasília.

Eu confirmo desde já minha presença, até porque lá estarão reunidas duas das minhas maiores paixões: tango e livro.

Até lá!



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sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Letra: Cambalache


















Não bastasse ser parecido com nosso Noel Rosa, Enrique Santos Discépolo também colocava seu humor crítico e rasgado em suas letras, como no caso de Cambalache, que significa cambalacho mesmo. Nessa letra, ele desfia seu rosário contra o espírito humano de levar vantagem em tudo.

É... para quem acha que isso é coisa apenas de brasileiros. Pois não é que o mundo está cheio disso? Dale Enriquito! (numa postagem próxima, ponho a música cantada)


Cambalache

Que el mundo fue y será una porquería
ya lo sé...
(¡En el quinientos seis
y en el dos mil también!).
Que siempre ha habido chorros,
maquiavelos y estafaos,
contentos y amargaos,
valores y dublé...
Pero que el siglo veinte
es un despliegue
de maldá insolente,
ya no hay quien lo niegue.
Vivimos revolcaos
en un merengue
y en un mismo lodo
todos manoseaos...

¡Hoy resulta que es lo mismo
ser derecho que traidor!...
¡Ignorante, sabio o chorro,
generoso o estafador!
¡Todo es igual!
¡Nada es mejor!
¡Lo mismo un burro
que un gran profesor!
No hay aplazaos
ni escalafón,
los inmorales
nos han igualao.
Si uno vive en la impostura
y otro roba en su ambición,
¡da lo mismo que sea cura,
colchonero, rey de bastos,
caradura o polizón!...

¡Qué falta de respeto, qué atropello
a la razón!
¡Cualquiera es un señor!
¡Cualquiera es un ladrón!
Mezclao con Stavisky va Don Bosco
y "La Mignón",
Don Chicho y Napoleón,
Carnera y San Martín...
Igual que en la vidriera irrespetuosa
de los cambalaches
se ha mezclao la vida,
y herida por un sable sin remaches
ves llorar la Biblia
contra un calefón...

¡Siglo veinte, cambalache
problemático y febril!...
El que no llora no mama
y el que no afana es un gil!
¡Dale nomás!
¡Dale que va!
¡Que allá en el horno
nos vamo a encontrar!
¡No pienses más,
sentate a un lao,
que a nadie importa
si naciste honrao!
Es lo mismo el que labura
noche y día como un buey,
que el que vive de los otros,
que el que mata, que el que cura
o está fuera de la ley...



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quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Miguel Zotto e Milena Plebs

No espetáculo clássico dos clássicos "Tango x 2". E esse eu tive a boaventura de ver ao vivo em Buenos Aires.

No vídeo eles interpretam magistralmente "El Enterriano" de Rosendo Mendizábal.






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Pintura: Tango en el conventillo


De Graciela Bello

Para quem não sabe, conventillo foi o lugar onde o tango nasceu de fato. Era uma espécie de cortiço, onde famílias de negros, imigrantes espanhóis e italianos e gauchos vindos do campo se agrupavam. Nos pátios desses cortiços, eles faziam suas festas com música e dança, e assim, democraticamente, suas culturas se fundiram como numa trança, para ao final, formar o tango que conhecemos hoje.


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domingo, 2 de novembro de 2008

Alberto Castillo

Nasceu Alberto Salvador de Lucca, em Buenos Aires no ano de 1914, e faleceu em 2002.

Ficou famoso pela quantidade de pseudônimos que usou, para despistar sua carreira então ascendente de cantor de tango, de seu pai, que queria um filho médico.

Formou-se em medicina e montou um consultório de ginecologia, onde trabalhava de dia. À noite fugia de seu "consultório de senhoras" para cantar na orquestra do dentista Ricardo Tanturi. (este eu não sei se saía às escondidas para exercer sua segunda - ou será primeira?) - identidade de artista.

Mais tarde cansou dessa vida dupla e largou a carreira médica para dedicar-se apenas ao canto. Casou-se em 1945 e teve três filhos - todos médicos.

Com vocês, Alberto Castillo cantando "Muñeca Brava" de Ricardo Tanturi . O bandoneonista que se vê na orquestra era um moço de nome Anibal Troilo.









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