sábado, 31 de maio de 2008

Enquanto isso, na Argentina...

Uma faculdade da Argentina começa a oferecer, a partir do fim deste mês, um curso de pós-graduação sobre a dança que é um dos sinônimos da cultura do país, o tango.

saiba tudo sobre esse assunto clicando aqui

.:.:.:.:.

Milonga da vez

Para os bailantes de tango de Brasília: amanhã, domingo, dia 1 de junho, é dia da milonga Entresueños coordenada por Oscar Ricarte e Alex Gomes.

a milonga acontece no Núcleo de Dança do Cresça que fica na 713/913 Sul e começa às 19h.

Já estive lá e gostei. O espaço é amplo, o piso é bom e a seleção musical é o forte desse baile.

Só acho que as milongas aqui de Brasília têm deixado a desejar quanto à quantidade de mesas para as pessoas pousarem seus bebes e comes. Geralmente quem chega mais tarde fica fadado a ter somente uma cadeira para o seu repouso entre as dançadas. Isso quando tem cadeira.

Fica aqui minha sujestão aos organizadores.

abraços tangueiros

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Lunfardeando

.: Quanto ao post anterior :.

Errata: eu disse que lunfardo é a gíria que se 'falava' no meio do tango? Nananinanão. É a gíria que se FALA, no presente.


Aí vai a canjinha lunfardesca que prometi:

afanar | roubar

atorrante; atorranta |preguiçoso(a); vadia

un bajón |uma má notícia

berreta |barato e de má qualidade

birra |cerveja

un cacho |um pedaço, um pouco

la cana, un cana |a polícia, um guarda

curro |artimanha

chabón |rapaz, cara

chanta |malandro, boa-vida, aproveitador

chorro |ladrão

faso |cigarro

fulera |feio, de má qualidade

gamba; una gamba |perna; cem pesos

gil |otário

guarda! |cuidado!

guita |grana

laburar |trabalhar

una luca |mil pesos

matina |manhã

milico |militar

mina |mulher, garota

morfar |comer

un palo |um milhão de pesos

un palo verde |um milhão de dólares

pibe |garoto, moleque

piola |esperto; prático

plata |dinheiro

quilombo |bagunça, confusão

la timba | jogatina

trucho |falso, de má qualidade

yeta |pé-frio

la yuta | polícia

zafar |escapar, se livrar

Gotan Project

Dispensa apresentação. Sua música e estética falam por si só, mas cabe aqui uma breve explicação do que significa 'Gotan'. Não, nesse caso não é a cidade do Batman.

Gotan seria a troca silábica de Tango, isso usado desde os primórdios do mesmo na cidade portenha de Buenos Aires, através de uma linguagem muito própria desse meio, que se chamava lunfardo.

Lunfardo seria uma espécie de gíria que os personagens tangueiros daquela época utilizavam, principalmente para não serem entendidos por quem não tinha que entender, entenderam?

No próximo post, uma canjinha lufardesca. Por ora, fiquem com o Gotan, que já estarão bem acompanhados.



quinta-feira, 29 de maio de 2008

Así se baila el tango (?)

Claro que em se tratando de repassar o conhecimento que se tem a respeito da dança tango, cada professor colocará sua visão, seu ‘estilo’, seu temper ou otras cositas más, mas existem certos elementos que formam aquilo que chamamos a essência de determinada dança, à qual não podemos nos furtar.


Um desses elementos é o abraço – sim, o famoso abraço do tango. Aquele abraço tão apertado e aconchegante que os argentinos de uma forma geral têm e que parece faltar – ou ‘afrouxar’ – nos demais povos. Posso dizer que, em minha larga experiência com o tango, apenas três ou quatro brasileiros tinham esse tipo de abraço e não dancei com nenhum europeu, norte-americano ou asiático que o tivesse. Eles dançam errado? Não gosto de julgar dessa maneira, até porque o controverso abraço em questão passa diretamente pela cultura de cada país, de cada região, de cada povo.

O tango-novo veio para soltar as rédeas e não podemos fechar nossos olhos para isso, mas... e os dançantes? O que pensam do abraço?

Ouço muitas mulheres falarem que preferem o dos argentinos, e não raro, dos milongueiros, que quase nos deixam com falta de ar. Outras (em menor número) preferem o abraço mais largo, para poderem evoluir melhor. Mas calma, minha intenção aqui não é fechar uma questão, mas exatamente abri-la. Afinal, o abraço é uma questão de estilo, de cultura, de corporeidade pessoal, de gosto? Deixo aí as perguntas, para que, uma vez no ar, elas dancem com a gente.

Antes de fechar esse post, gostaria de relatar uma experiência pessoal interessante: certa vez perdi um aluno francês porque ele se recusava a abraçar. No começo insisti com ele, mas depois que vi que ele se sentia quase que ofendido com aquilo, deixei que ele fizesse como queria, ou seja, praticamente não abraçar. Mas aí ele já havia se assustado o suficiente.

Outras questões me vieram então: é correto o professor ‘obrigar’ o aluno a abraçar como os argentinos? A técnica se perde sem o abraço?

...

quarta-feira, 28 de maio de 2008

onde assistir?


Acredito que para quem puder assistir, não deve perder "O último bandoneón", um filme/documentário de Alejandro Saderman. Pelo que pude observar em minhas pesquisas, ele não está passando em muitos lugares, incluindo aí a cidade de onde teclo: Brasília. Por ainda estar em cartaz em outras localidades, pode ser que ainda não tenha saído em DVD, mas posto aqui um site falando dele e mais abaixo o link do site oficial do filme. Quem souber onde podemos assistí-lo, é bem vinda a dica.


http://www.cineplayers.com/filme.php?id=3056

http://www.elultimobandoneon.com.ar/
.
.
.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Y tudo a media luz...







O baile em comemoração aos dois anos da milonga candanga "A Media Luz", para mim, seria um baile como qualquer outro, não fosse:


1º) Eu ter acompanhado o surgimento dessa milonga há sete anos atrás, inclusive participando da escolha de seu nome. Depois ela morreu e ressurgiu das cinzas pelos pés - e mãos - de Giovani e Cléia. Isso há dois anos atrás, por isso o aniversário.


2º) Dois alunos meus debutaram nesse baile e não fizeram feio. Pelomenos foi o que me falaram.

3º) Um aluno meu deu claros sinais de avanço em sua dança.


4º) Vários personagens interessantes me fizeram ver que a cena do tango em Brasília tem muito o que render.


5º) Conheci algumas pessoas que compartilham as mesmas idéias que eu, quanto ao tango e suas(infinitas) possibilidades.
E por aí vai. Meu trabalho aqui no DF está apenas no começo, mas já vejo vida longa para ele. Que São Gardel diga amém!

Aqui estão algumas fotos do baile:

http://picasaweb.google.com.br/valentefla/MilongaAMediaLuz2Ano


Ei, comente, chegue junto, dê sujestões, crie seu tango aqui também.

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Mais Piazzolla e Troilo

Justamente no dia em que estava reclamando junto a meu pai de que em nenhum baile de tango tocava Piazzolla, fui a um (cujo organizador, Julio Ayala, prefere chamar de encontro de amigos) onde não só houve uma apresentação de "Oblivion" no acordeon e piano, como mais tarde fomos brindados por uma belíssima tanda do maestro. Sim, porque se é possível hoje em dia se dançar ao som do tango-novo, por que não seria possível dançar Piazzolla, um dos maiores músicos de todos os tempos? Meu pai me acompanhou nesse baile, o chamado "Mil e um dias de Inez" e ficou encantado com a versatilidade do tango. Disse ele que ali, pela primeira vez, viu que é possível se dançar o tango com qualquer música, e até no silêncio, ou ao som de vozes, como ficou registrado no vídeo que ele fez de mim dançando com Roberto Dias, um dos professores de dança de salão aqui de Brasília. Espero daqui por diante, ouvir mais Piazzola, Gardel e outros que são muitas vezes deixados de lado nos bailes, inclusive aquele que chamam de el bandonéon mayor, Anibal 'Pihuco' Troilo, um de meus preferidos e sem dúvida alguma, o bandonéon mais poético do tango.


domingo, 11 de maio de 2008

O tango anti-convencional

Nunca fui convencional, todos que me conhecem um pouco sabem disso, então... porque dançaria convencionalmente? Para mim, o tango é uma das danças mais livres que existe, ao contrário do que muita gente pensa. Ainda não é muito difundido, é bem verdade, por isso cada um acaba pensando o que quiser, ou melhor, o que a limitada mídia nos mostra.

Vou explicar de uma vez: o tango é lindo, é livre, é louco! Cada vez aprendo mais, e seu labirinto é infinito, nunca acaba, não há final. E atualmente é coisa de brasileiro também, assim como de japonês, de alemão, de africano, de qualquer povo, pois trata-se de uma das danças mais universais do planeta. Se existissem marcianos, esses também poderiam dançá-lo.

E para dançar o tango anti-convencional, o criatango, o tantratango, não é preciso botar pra tocar Narcotango, Gotan Project ou outro 'tango-novo' que valha, com um belo Di Sarli podemos ir à Andrômeda e voltar! Se quisermos...
.
.
.

domingo, 4 de maio de 2008

A transição (Alles enfant de la patrie!)

Desculpem a ausência por algum tempo, mas estava muito enrolada com a mudança para Brasília. Sou sagitariana de nascença e a indecisão faz parte do meu pacote.

Agora aqui estou e não tenho mais desculpas.

O Tango da Saideira que fiz no Centro Cultural Carioca foi um sucesso, a meu ver, não em termos quantitativos, uma vez que não chegou a 'bombar', mas qualitativamente foi a cereja do bolo da minha partida. Pessoas maravilhosas, que entraram no clima facilmente. Minha dança com Zezé que foi boa pra mim e - segundo os espectadores - para eles também. Experiências. Trocas. É disso que é feita a matéria lapidável da arte. Saí satisfeita, enfim.

No próximo post pretendo falar sobre o tango em Brasília e seus personagens. Na foto acima sou eu e o francês que foi ao meu baile e que, infelizmente não lembro o nome, mas de sua dança será difícil esquecer.

um abraço a todos
.
.
.