quarta-feira, 18 de maio de 2011

tango carioca - a análise

É verdade que parece que abandonei o Criatango, e abandonei mesmo, mas hoje volto aqui para tentar descobrir porque. Talvez eu precisasse pensar. Talvez eu apenas precisasse parar. Seriam respostas tranquilas e convincentes, quem sabe.

Mas a verdade é que, depois de um revés no tango, onde inclusive fiquei endividada (não tenho pudor em dizer, pois isso faz parte do contexto que estou expondo), resolvi dar uma parada, me distanciar, e ver o que estava acontecendo, principalmente com o cenário do tango na minha cidade (Rio de Janeiro). Já vinha cozinhando algumas dúvidas por conta de declarações, pensamentos e posicionamentos que em nada e em momento algum eu concordaria.

A começar pelos altos preços cobrados para as atividades, principalmente nos bailes. Nunca vou concordar com a elitização do tango, simples assim. Por isso coloquei o preço de apenas R$20,00 para o show do gatoNegro + aula (dada por mim e Por Oscar Ricarte, excelente profissional de Brasília) + baile no Centro Cultural Carioca. Só me endividei porque poucos tiveram a curiosidade/vontade de ir. Outro ponto com o qual estou em total desacordo.

Por que temos que repetir sempre as mesmas fórmulas? Por que sempre as mesmas pessoas? Por que a falta de curiosidade por algo novo? Por que, muitas vezes, o desprezo pelo novo? Por que essa cultura da cópia argentina? Por que não criar novos caminhos, dar espaço a novas ideias, arejar? Não entendo.

Minhas dívidas já estão pagas, mas minhas dúvidas não, e a sensação de insatisfação só faz crescer, afinal amo o tango, mas não gosto do modus operandi com que o tango é tratado pelas mentes 'colonizadas' - talvez, eu disse talvez - no Brasil inteiro.

É lógico que o tango é argentino, e que lá, inclusive, é mais gostoso de ouví-lo e dançá-lo, mas... não temos nada mais a acrescentar enquanto corpos com outra identidade e mentes forjadas em outras culturas?



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