quarta-feira, 4 de junho de 2008

Tango Novo X Tango Tradicional ?


Muito tem se falado nessa suposta dicotomia entre o tango novo (tango eletrônico, tango contemporâneo, etc.) e o tango tradicional. Mas em minha mente vem logo a pergunta: onde acaba um e começa o outro? Será que há uma linha divisória?

É bem verdade que a 'nova onda' do tango surgiu com as orquestras eletrônicas lá pelo final da década de 90. Antes disso, pouco se tinha de novas composições musicais de tango. Um Pablo Ziegler ali, um Lalo Schifrin acolá, que são nomes de peso, sem dúvida, mas em termos quantitativos a dança já estava degraus acima disso, com vários profissionais com 'P' maiúsculo do mundo todo criando e pesquisando exaustivamente.

Daí podemos concluir que a dança nem sempre esteve atrelada à música no que toca a atualização.

Tomo algumas idéias a esse respeito observando a cena do tango atual. O que se está fazendo? O que vejo é uma dança híbrida (como quase todas as manifestações artísticas), que mescla o passado, o presente e até outras danças, ao som de uma música idem. A meu ver, já se rasgam as cortinas que antes definiam o espaço do novo e do antigo. Já vejo pares dançando o 'milongueiro' junto com as colgadas e volcadas (movimentos em contrapeso) do dito tango novo. E como fica bonito!

Eu particularmente não fecho meus olhos para nada. Tudo acrescenta. Gosto de um velho Di Sarli num abraço caloroso, assim como gosto de um Narcotango abusando das possibilidades da dança a dois.

Pois que tudo converge para uma única palavra que me agrada muito: arte.
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