Nele vai ter de tudo: prosa, poesia, prosa poética, entrevistas... enfim, vai ser minha homenagem ao tango, que a 15 anos ainda consegue me comover tão profundamente.
Aí vai um fragmento dele:
"(...) Nada como o senso de oportunidade, anote aí. E oportunidade significa saber observar e aproveitar o momento certo. Principalmente se você é mulher e vai tirar um homem para dançar. A todo momento somos devidamente lembradas que o mundo é machista, e a dança a dois é ultra-machista. Mesmo que sejamos brasileiros descolados, vamos e venhamos, ninguém quer levar um 'não'.
Chego perto do alvo, desta vez bebendo uma taça de água, para fazer boa figura. (Outra coisa muito desagradável é dançar com alguém bêbado, trocando as pernas, pisando no seu pé e com bafo de cachaça. Por isso a mescla de qualquer bebida alcoólica com água. Um drops cai bem de vez em quando também).
A essas alturas quem não conhece bem o tango e seus universos deve estar se perguntando onde diabos entra a famigerada rosa na boca. Pois bem, estava mesmo esperando alguém perguntar, para eu poder responder: não entra. Esquece isso. A rosa na boca é um símbolo da distorção que os veículos de massa impõem ao mundo, sem nunca se darem ao trabalho de fazer uma pesquisinha, medíocre que seja. Aliás esse assunto veio em boa hora, porque eu não aguento mais ouvir que o tango que Al Pacino dança em Perfume de mulher é o máximo.(...)"
.:.:.:.:.:.:.
Nenhum comentário:
Postar um comentário